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CONVITE AO PENSAMENTO: PORQUE VALORIZAR E DESENVOLVER PESSOAS?

Por Carolina Santos.

Um erro crasso cometido pelos mais bem intencionados empreendedores está fortemente relacionado ao recrutamento e seleção de talentos, dos quais, quando não são contratados de modo ‘vapt-vupt’, atendendo a obediência cega em ocupar urgentemente aquela vaga em aberto, apelando ao coração e não ao bom senso, aposentando a vaga de um bom profissional, a aquela amiga vizinha que precisa tanto trabalhar; são mantidos pela força do hábito, das condições míopes a que se prestam os mesmos visionários empresários.

 

Empregar pessoas e mantê-las na empresa, não é, nem nunca será a mesma coisa do que: atrair e desenvolver talentos. Porém, é incrivelmente prático e, às vezes, necessário, começar assim e melhorar a visão e a ação neste sentido.

A questão pede atenção, pois a quantidade de mão de obra paralisada e estagnada, carente de maior consideração e desenvolvimento, merecedores da sensação de ‘pessoas pensantes’ é cada vez maior dentro das organizações. Olhar ao redor, apurar os ouvidos e ouvir são ações que podem facilmente fazer qualquer líder ter um ótimo material para saber por onde começar a fazer seus colaboradores sentirem-se participantes.

A grande questão está no que Bernardo (pág. 70, 2005), aponta no texto: O Medo do Novo e a Renovação Possível, como sendo um tipo de “arrogância defensiva do conhecimento instituído”, que poderia começar a ceder lugar à sabedoria que nasce do respeito e aceitação da diversidade como fonte de riqueza dos diversos pontos de vista.

Selecionar, empregar, manter e desenvolver talentos de modo produtivo e focado nas reais necessidades que, tanto a função quanto o funcionário precisam, são meios eficazes de agregar valor ao negócio, e certamente irão impactar nas demais ações de marketing externo e interno.

Bernardo afirma que aumentando as possibilidades de convivência criativa e produtiva entre as diferenças cria-se um equilíbrio dinâmico e criativo (pág. 70, 2005), onde teremos então, um campo fértil de possibilidades em desenvolver um colaborador mais dinâmico, ativo e presente. Essa postura desenvolvedora de talentos é na verdade essencial para que a qualidade percebida do produto ou serviço de uma empresa seja cada vez mais valorizada, e esse valor precisa, e deve, partir do próprio empregado.

O problema é que muitos empresários não entendem a real importância de cuidar do colaborador como fonte primordial de valor agregado, e transforma, desde a base ao todo, toda a empresa em uma imensa Torre de Babel, onde o diálogo fica, até certo ponto, inviabilizado, pois não há um movimento concomitante de integração da diversidade num todo coerente (BERNANDO, pág. 69, 2005)

Segundo Hillman (APUD BERNANDO, pág. 69, 2005) a palavra controle significa “contra o rolo”, e que o controle busca eliminar os obstáculos “que possam nos fazer sombra” e “prevenir a interferência”, tendo um efeito conservador. O controle, para manter sua presunçosa posição de comando, depende de uma visão defensiva, e as qualidades – exigência de lealdade, exatidão, suspeita do que está oculto, vigilância – são qualidades paranoicas, e invariavelmente resultam na exata medida do que se quer prevenir, ou seja, na prática, a falta de mão de obra qualificada, falta de funcionários qualificados e colaboradores que não vestem a camisa com amor e prazer.
 

Se, ao iniciarmos qualquer empreendimento, começarmos, além de encontrar e desenvolver as melhores práticas de gestão e tecnologia, tanto de recursos físico, quanto de pessoas, baseadas num conceito mais amplo de controle, como o de Dionísio, deus do êxtase, do entusiasmo e da transformação, (que não se adequava aos moldes tradicionais) (BERNARDO, pág. 69, 2005), ir além da estabilidade focada nas pautas estáticas de gestão, mas na iluminação das potencialidades e da renovação das capacidades individuais; iremos certamente proporcionar a expansão de uma consciência mais ampliada de participação e conhecimento, estimulando nos indivíduos a real vontade de crescer e transformar qualquer organização ou empreendimento em algo maior, parte também de suas conquistas e projetos pessoais, voltadas ao crescimento e comprometimento real.

Fica o lembrete da frase de um filme bem interessante chamado, Campos dos Sonhos:
"Se você construir, eles virão".

Texto base: BERNARDO, Patrícia Pinna – O Medo do Novo e a Renovação Possível – a criatividade no contexto escolar, in: Cadernos - Centro Universitário São camilo, São Paulo, v. 11, n.o 3 p. 64-70, jul./set. 2005.

Atualmente, dentro dos contextos organizacionais mais diversos, a construção de novos paradigmas de gestão vem se fazendo presentes, principalmente nas empresas ditas familiares. Dentro deste contexto, observa-se a frequente política de tentativa e erro, desde ações de marketing e divulgação, até a escolha de profissionais devidamente qualificados para exercer as funções criadas e elaboradas para atender a demanda de novos produtos e projetos inovadores.

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